terça-feira, 20 de agosto de 2013

DESIGN DIDÁTICO

MAS AFINAL, O QUE É DESIGN DIDÁTICO?


Design Didático é uma atividade que mobiliza a criatividade, interdisciplinar, que engloba os campos de conhecimento como as ciências humanas, ciências da informação e ciências da administração. A criatividade é uma tendência que perpassa todas as atividades humanas. O ato de criar e inovar, também se referem à criatividade, que é a mola propulsora de um design didático.
  A criatividade é primordial na concepção do design didático, uma vez que  um design didático criativo estimula o estudante, orienta de forma correta, oferece o conteúdo didático de forma descomplicada e acessível, facilita a aprendizagem e a comunicação entre tutores e alunos, já que o design didático é o profissional capaz de tratar e organizar a informação a fim de customizá-la, promovendo maior interatividade e navegabilidade tornando a construção do conhecimento pelo aluno mais prazeroso.
 Inovação é a capacidade de a mente inferir significados inusitados a partir de informações aparentemente banais; produzir respostas divergentes e criativas; olhar a realidade convencional com uma óptica insólita; gerar, em suma, hipóteses, cenários e soluções diferentes de maneira quase casual, mesmo fora de uma lógica estruturada, segundo MADONATO & DELL’ORCO, 2010.
  O design didático é um projeto didático com várias etapas, é um processo muito importante no desenvolvimento de cursos a distância, cujas ações  precisam ser avaliadas. Ele ajuda no planejamento das aulas, contribuindo para tornar o seu conteúdo mais atraente, fazendo com que os sentidos dos alunos fiquem mais aguçados, encantando-os, facilitando o entendimento do conteúdo e aumentando muito as chances de que os objetivos sejam atingidos.
   Quando falamos em design didático, precisamos primeiramente saber a intenção e função do material/curso, para criarmos estratégias de aprendizagem e implementá-las de forma dinâmica. É de suma importância a utilização do design didático para auxiliar as aulas em EAD, para encantar, atrair e conquistar o aluno, mas devemos também atentar para a adequada sintonia do uso do design com o conteúdo trabalhado, sempre com a intenção de favorecer o aprendizado do que  está sendo pedido.
                  Usar um design didático divergente, pouco atraente e que não se relaciona ao conteúdo trabalhado, compromete o desenvolvimento e aprimoramento da aprendizagem, ficando o aluno confuso, sem saber que direção seguir. Quando esse material soma conhecimento, auxilia com informações importantes, vai ao encontro do conteúdo trabalhado, contribui assim, para um melhor entendimento desse conteúdo.
Os professores e tutores têm um compromisso fundamental na criação do material design didático para desenvolvimento de seus trabalhos educacionais, devendo ter o cuidado minucioso e constante, durante a elaboração desse material, seja para alunos de cursos presenciais ou online, pois o compromisso é um só: ensinar para um universo de alunos com olhares e expectativas diferenciadas, e com muita criatividade¹.
 “¹Compreende-se por criatividade a capacidade de um sistema vivo (indivíduo, grupo, organização) produzir novas combinações, dar respostas inesperadas, originais, úteis e satisfatórios, dirigidas a uma determinada comunidade. É o resultado de um pensamento intencional, posto ao serviço da solução de problemas que não têm uma solução conhecida ou que admitem mais e melhores soluções que as já conhecidas. Todos os seres humanos têm potencialidades para serem criativos, uns mais do que outros, mas todos podem desenvolver e melhorar a sua capacidade criativa. O pensamento criativo não se processa, por exemplo, quando é dificultado pela falta de conhecimento da área, pela inexperiência ou pela falta de motivação."
 (TSCHIMMEL, 2003)
Devem ser criadas estratégias de aprendizagem e implementá-las de forma dinâmica, buscando a interdisciplinariedade, contemplando assim os campos de conhecimento.
 Analisando a relação entre a cognição e a emoção, na elaboração do design didático, Couto, Oliveira e Santos (2007) consideram que "estimular todos os sentidos é uma tarefa difícil, mas importante. Por isso, faz-se necessária uma gama de profissionais capazes de estimular esses sentimentos com a finalidade de promover condições para o aprendizado. A razão não deve ser o processo exclusivo para a obtenção do conhecimento e sim, levar em consideração os caminhos que a emoção percorre, haja vista, que ambas percorrem o mesmo caminho.”
Cada um sente uma emoção de forma diferenciada. No caso do estímulo obtido, através do design didático no material EAD, cada um terá um olhar diferente do outro. Cada um tomará contato e sentirá ou não emoção. Pode ocorrer de nada significar para um e poderá ter um significado especial para outro, revelando um tipo de emoção. Tudo é muito subjetivo, dependendo da cognição de cada um, como cada um poderá interpretar o que esta vendo. Cada design deve ser direcionado e utilizado para atender a um tipo de estímulo esperado. Seria uma resposta esperada ao efeito desse estímulo, e mesmo assim, nem sempre receberemos a resposta pretendida, pois ela poderá ser bem diferente.
          O Design Didático apresenta estratégias de aprendizagem que devem ser utilizadas dinamicamente, onde por meio da interatividade, o professor deve considerar os domínios do conhecimento como espaços abertos à navegação, manipulação, cooperação e criação. Por outro lado, os alunos devem ser estimulados a transitar aleatoriamente por fotos, sons, filmes, textos, gráficos, entre outros.
          Em EAD, os professores (ou tutores) devem procurar sempre estar atentos ao feedback dos alunos cumprindo a função de um retro-alimentador dentro da perspectiva de um modelo sistêmico, buscando o quando e onde adaptações são sempre previstas e desejadas, para que o curso atenda o melhor possível às necessidades dos alunos, a fim de favorecer um processo formativo qualificado. Apresenta-se o design didático como recurso facilitador e implementador do processo ensino aprendizagem na busca de melhores estratégias de aprendizagem.



REFERÊNCIAS:


COUTO, Z.S; OLIVEIRA, M.V; SANTOS, R.C.G. Construindo outra cultura de ead: a produção de material didático instrucional para o curso de pedagogia uab/furg. Artigo publicado na Revista Didática Sistêmica, ISSN 1809-3108, Volume 8, julho a dezembro de 2008.  Encontro internacional de educação e o mercosul/conesul e países associados: desafio político e pedagógico, Anais XVI. 2007, Salvador. Disponível no site <http://www.seer.furg.br/ojs/index.php/redsis/article/viewFile/1184/497> Acesso em 17/08/13

MALDONADO, Mauro e DELL’ORCO, Cintia. Criatividade, Pesquisa e Inovação: O Caminho surpreendente da descoberta. Disponível em: http://pigead.lanteuff.org/pluginfile.php/26912/mod_resource/content/4/Criatividade%20Pesquisa%20e%20Inova%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso restrito em: 17/08/13

MARINS, Vânia e COSTA, Rosa Maria. Design Didático em Ambientes Virtuais. Disponível em:http://pigead.lanteuff.org/pluginfile.php/26911/mod_resource/content/3/DesignDid%C3%A1tico.pdf. Acesso restrito em: 17/08/13


TSCHIMMEL, K. O pensamento criativo em design: reflexões acerca da formação do designer. Texto original de uma comunicação publicada no catálogo do Congresso Internacional de Design USE(R), ocorrida no dia 29.03.03 em Lisboa. Disponível no site<http://www.crearmundos.net/primeros/artigo%20katja%20o_pensamento_criativo_em_design.htm> Acesso em 17/08/2013.